Visto via Netflix em 13-JUN-2020, Sábado
Ao ganhar representação na tela grande sob a batuta de ninguém menos que Clint Eastwood, a incrível história do avião que pousou em pleno Rio Hudson e preservou a vida de todas as 155 pessoas a bordo é contada de maneira honesta, carismática e sem os típicos cacoetes melodramáticos de outras produções similares. Tom Hanks encarna o piloto, apelidado por todos de Sully, com a sutileza característica a um homem cujo senso de responsabilidade transparece em cada minuto do filme. Após o trágico porém bem-sucedido pouso de emergência, ele e seu co-piloto (Aaron Eckhart) precisam lidar com o escrutínio da investigação promovida pelas agências que controlam a aviação comercial norteamericana. Inicialmente laureado como heroi, logo surgem suspeitas de que ele poderia ter evitado o evento e pousado o avião em dois aeroportos diferentes. A questão que permanece e é somente respondida no final é: teria ele se precipitado? Exímio cineasta quando o assunto é exposição narrativa, Eastwood brinca com a expectativa da plateia ao ensaiar um maniqueísmo inconsequente por parte dos investigadores no primeiro ato da história, para em seguida fundamentar de maneira contundente o título e a intenção do filme. O tom às vezes resvala no documental, mas a câmera inquieta do diretor não deixa de capturar as interações humanas que mais importam.