Visto no cinema em 31-JAN-2014, Sexta-feira, sala 7 do Multiplex Pantanal
Muita gente não sabe (ou não sabia até há alguns dias atrás, como eu) que o exemplo de honra, bravura e lealdade dos 47 ronins não é uma invenção, e sim algo que aconteceu de verdade e reverbera no Japão até os dias atuais. O filme do diretor estreante Carl Rinsch bem que poderia ter sido uma representação válida para a história, mas infelizmente o que vemos em cena é mais um filme morno jogado nas costas de um Keanu Reeves visivelmente cansado. Reeves é o samurai mestiço odiado por todos os seus pares no vilarejo em que vive, e também aquele que liderará a vingança do grupo contra um senhorio malévolo (Tadanobu Asano) que assassinou seu benfeitor e converteu todos os seus protetores em ronins, os tais samurais sem mestre. O que há de especial nele é que o cara teria sido treinado por demônios, um aspecto de seu passado que ele se vê obrigado a revisitar. Além de subestimar a plateia com explicações breves porém desnecessárias, o roteiro se concentra demais sobre o personagem de Keanu Reeves e simplesmente se esquece de atribuir qualquer nuance de simpatia aos outros ronins. Por um lado, pode até ser que o código de conduta samurai e a aversão do Japão às culturas ocidentais tenham ditado a forma como os personagens são caracterizados, mas o filme sofre com isso porque Reeves não consegue carregar o fardo dramático que lhe foi imposto. Oishi (Hiroyuki Sanada), seu antagonista e posterior defensor no grupo, soa como um oportunista obcecado. Em meio aos poucos acertos estão os vilões, que são até interessantes mas têm fins bruscos.
E quem diria, hein? Gedde Watanabe está vivo, reconheci a cara dele assim que o cara apareceu em cena!