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Retrospectiva Cinematográfica - Dezembro/2004

Jerry Maguire Crepúsculo dos Deuses O Homem Que Copiava
Trilha inspiradora durante a elaboração deste post: Jerry Maguire (1996), com Nancy Wilson, Aimee Mann, The Who, Elvis Presley, Rickie Lee Jones, Bruce Springsteen, Bob Dylan.

14 filmes assistidos em Dezembro de 2004. Como já mencionei em outro post, o atropelo profissional foi considerável no período, e não deu para ver muita coisa. Até que consegui me recuperar no final, inclusive preparando o terreno para assistir à terceira parte da trilogia de Blade. Revi Blade (1998) e Blade II (2002) em seqüência, o que foi útil para decidir de uma vez por todas qual dos dois filmes é melhor. Sem sombra de dúvida, a primeira parte, assinada por Stephen Norrington, é mais coesa e possui muito mais clima que o amontoado de cgi e ação acéfala mostrado por Guillermo Del Toro na seqüência. Veremos o que será do terceiro, comandado pelo escritor dos outros dois, David Goyer.

O gênero do terror, novamente com filmes de vampiro, reaparece com o clássico Drácula (Tod Browning, 1931). Ainda sob efeito da maratona Ed Wood, fiquei com vontade de rever Bela Lugosi e sua famosa fala 'Listen to them! Children of the night... What music they make!'. Inigualável em sua performance original, Lugosi mostrou ao século 20 como um vampiro deveria ser. Tanto que identificou-se com o personagem e morreu meio destrambelhado, enterrado numa de suas capas de Drácula.

O filme mais bacana do mês foi mesmo Jerry Maguire (1996). Ainda soa estranho dizer isso, mas a obra yuppie de Cameron Crowe mostra-se cada vez melhor sempre que a revejo. Tem gente que vai chiar por eu ter colocado o filme acima de um clássico do cinema como Crepúsculo dos Deuses (Billy Wilder, 1950), mas entra aí o fator empolgação e sintonia temporal. Tivesse eu vivido em 1950, com certeza a impressão seria outra. Independente do que digam, Crepúsculo também é um drama fabuloso, que com certeza verei outras vezes. Revisto foi também o tocante Energia Pura (Victor Salva, 1995), sobre uma espécie de desgarrado mutante que faria um sucesso danado se entrasse para os X-Men, e cuja história é contada com a participação de gente boa como Jeff Goldblum e Lance Henriksen.

Finalmente pude conferir o tão polêmico Irreversível (Gaspar Noé, 2002). Sim, o filme é violento. Sim, as cenas do estupro de Monica Belucci e do assassinato com o extintor de incêndio podem ser classificadas como chocantes. Tive uma amostra ao vivo disso, quando uma amiga vomitou duas vezes ao ver o filme, exatamente durante as duas cenas que acabei de citar. Porém, como obra de cinema, Irreversível não chega a empolgar. Logo a seguir, seguindo um estilo diametralmente oposto, assisti ao musical Amor Sublime Amor (Robert Wise, 1961). Ainda não consegui 'me ligar' à essência do gênero, como alguns já me disseram, mas quem sabe algum dia eu chego lá.

Comédia de gente grande e de diversão garantida é o nacional O Homem Que Copiava (Jorge Furtado, 2003). Lázaro Ramos em performance excelente, num filme que é puro deleite. Destrói qualquer preconceito que o caboclo ainda tenha contra o cinema brazuca. Descendo a ladeira das gargalhadas vem Bridget Jones - No Limite da Razão (Beeban Kidron, 2004), continuação desnecessária de um filme de sucesso, e única coisa que vi no cinema durante o período. Já vou avisando: algo que ninguém merece é ver Renée Zellweger linda em Jerry Maguire e gorda demais em Bridget Jones 2. Mr. Bean também entraria na categoria 'ninguém merece', caso Johnny English (Peter Howitt, 2003) tivesse sido ruim. Passável, a sátira aos filmes de 007 até que tem alguns bons momentos.

A mini-maratona dos velhinhos legais de Cocoon (Ron Howard, 1985) e Cocoon - O Regresso (Daniel Petrie, 1988) foi um refresco. Na minha opinião, Cocoon é a cara do cinema dos anos 80. Divertido, tocante e forçado na medida certa. Também com toques de ficção científica é A Outra Face (John Woo, 1997), que é na verdade um baita filme de ação.

As trilhas sonoras mais marcantes foram os dois Coccon, assinadas por James Horner. Para quem curte o musical Amor Sublime Amor, é claro que não haverá coisa melhor. Também há muita gente boa colaborando na trilha de Jerry Maguire, o que é um refresco em consideração ao desfile irritante de rappers em Blade.

Texto postado por Kollision em 2/Janeiro/2005