Cinema

O Lobisomem de Londres

O Lobisomem de Londres
Título original: Werewolf of London
Ano: 1935
País: Estados Unidos
Duração: 75 min.
Gênero: Terror
Diretor: Stuart Walker
Trilha Sonora: Karl Hajos
Elenco: Henry Hull, Warner Oland, Valerie Hobson, Lester Matthews, Lawrence Grant, Spring Byington, Clark Williams, J.M. Kerrigan, Charlotte Granville, Ethel Griffies, Zeffie Tilbury, Jeanne Bartlett
Distribuidora do DVD: Universal
Avaliação: 6

Seis anos antes de Lon Chaney Jr. se popularizar no papel do lobisomem, em filme homônimo dirigido por George Waggner em 1941, os estúdios Universal produziram O Lobisomem de Londres, dentro dos mesmos padrões de qualidade e estética utilizados nos demais trabalhos de horror hoje clássicos. Por algum motivo que ainda me é obscuro, este filme foi renegado e praticamente esquecido, sendo apenas mencionado aqui e ali quando se discute qualquer coisa acerca da primeira era clássica do horror no cinema. E para todos aqueles que têm algum acesso ao material mais antigo, Chaney ainda permanece como o primeiro licantropo nas telas.

Quando o cientista botânico Wilfred Glendon (Henry Hull) parte em busca de uma planta rara nos confins do Tibete, mesmo contra todos os avisos de que o lugar é amaldiçoado, ele é agressivamente atacado por um ser estranho nas montanhas. De volta a Londres com a planta, o cientista se enfia em seu laboratório e continua a ignorar a esposa (Valerie Hobson), cuja carência para a ser suprida pela chegada de um amigo de longa data (Lester Matthews). A pesquisa de Glendon sobre a planta se aprofunda, mas a visita súbita de outro cientista misterioso, o dr. Yogami (Warner Oland), prenuncia uma série de assassinatos causados pela presença de um lobisomem na cidade. Que não é outro senão o obstinado dr. Glendon, amaldiçoado com a marca do lobo e desesperado em obter o antídoto a partir da flor da planta misteriosa.

Henry Hull encarna um misto entre lobisomem e cientista louco, ajudando o roteiro a transmitir uma bem-vinda profundidade relacionada ao protagonista da história. Embora careça do aspecto gótico e expressionista de outros filmes de terror da época, o longa se beneficia de cenários interessantes, como a locação no Tibete e o laboratório botânico do dr. Glendon. Especialmente austero é Warner Oland, que no papel do sr. Yogami adiciona um lado sinistro ao conto de terror sobre o homem que se transforma em lobo. Valerie Hobson, que também participou do excepcional A Noiva de Frankenstein, lançado no mesmo ano, fica a cargo de um papel que envereda por uma certa antipatia, em vista da danação que recai sobre o pobre explorador amaldiçoado.

As concessões excessivas ao humor são o que mais desviam o filme de seu verdadeiro intento, o que é uma pena. O trabalho de maquiagem de Jack Pierce para o lobo é marcante, assim como os truques usados nas transformações, e fica bastante visível o quanto dos conceitos deste filme seriam no futuro reaproveitados no mais conhecido e ligeiramente melhor O Lobisomem, de 1941. Até mesmo na música deste primeiro longa-metragem da história do cinema sobre o mito, extremamente característica, o filme de Waggner se inspiraria.

O filme vem numa edição em DVD conjunta com A Mulher-Lobo de Londres (Jean Yarbrough, 1946), e possui como único extra relacionado o trailer da produção.

Visto em DVD em 28-DEZ-2006, Quinta-feira - Texto postado por Kollision em 30-DEZ-2006