A composição de Diane Warren indicada ao Oscar de melhor canção Because You Loved Me não foi somente o hit que ajudou a catapultar Celine Dion ao sucesso mundial com seu disco Falling into You. Foi também a canção usada como base, tintim por tintim, para o roteiro de Íntimo & Pessoal, romance água com açúcar que também bebe da história real da jornalista Jessica Savitch, cuja carreira meteórica foi interrompida por uma morte trágica em 1983. Basta colocar as palavras da música nos lábios de Michelle Pfeiffer, e temos então do que este filme realmente trata. O mais notável é que, em determinado momento dentro da história, a observação também se aplica ao galã Robert Redford.
Tally (ou Sally) Atwater (Michelle Pfeiffer) é uma jovem interiorana que chega a Miami com a cara e a coragem para iniciar uma carreira jornalística. Sua primeira chance surge dentro da área do ex-repórter Warren Justice (Robert Redford), que atua nos bastidores da mídia desde que um evento traumático o retirou dos holofotes no passado. Justice passa de carrasco a mentor e mais tarde ao grande amor da bela repórter, graças à admiração mútua que surge entre os dois. Nem mesmo quando eles passam a trabalhar em emissoras diferentes a intensidade do relacionamento diminui. E, numa jogada do destino, a influência positiva de Sally pode fazer com que Warren retorne à carreira de jornalista.
De uns tempos pra cá, não é tarefa fácil para um filme romântico sair do lugar-comum. Principalmente quando o público-alvo da história não é a faixa adolescente da platéia. Apesar de bem-feito e emoldurado pela beleza incontestável de Michelle Pfeiffer, o filme de Jon Avnet não traz nada que esteja minimamente fora da cartilha do gênero, chafurdando em clichês e seguindo uma linha pré-determinada que praticamente nega qualquer relação mais direta com a biografia da repórter sobre a qual o roteiro se inspira. Faltam obstáculos à trajetória de Sally/Tally, a bagunça sobre o nome da protagonista é um mistério que não se resolve durante todo o filme, e alguns coadjuvantes, como a âncora feita por Stockard Channing, entram e saem de cena sem nenhuma participação mais relevante. Os bastidores do mundo da TV são usados de forma arbitrária e às vezes absurda, passando por cima da lógica em prol do desenvolvimento desastrado da carreira de Sally.
A canção-tema do romance carimba o rótulo de "filme de mulherzinha" do longa, que só é indicado sem restrições àqueles que não dispensam um filme morno numa tarde chuvosa e são fãs inveterados de Michelle Pfeiffer ou de Robert Redford.
Os extras do DVD se resumem ao trailer do filme, notas de produção e biografias curtas de diretor e elenco.
Visto em DVD em 17-FEV-2007, Sábado - Texto postado por Kollision em 22-FEV-2007