O sub-gênero da comédia romântica é uma montanha-russa que costuma entregar na maior parte do tempo filmes bastante insípidos, revelando vez ou outra alguma obra realmente digna de nota, sincera, engraçada e bem-feita. O Jogo da Paixão chega muito perto do topo, por possuir exatamente isso: uma história simples, direta e que realmente empolga em muitos momentos.
É fácil observar que muito do charme do filme vem principalmente de seus protagonistas, completamente à vontade em seus respectivos papéis. Costner vive um ex-jogador de golfe que sobrevive num trailer, dando aulas do esporte no qual um dia já foi uma grande promessa e chafurdando numa vida regrada a bebida e apostas imbecis no meio rural do Texas. Sua rotina muda ao receber, certo dia, uma nova aluna (Rene Russo), linda psicóloga que de imediato mexe com a sua rotina. Porém, para seu infortúnio, ele logo descobre que ela é namorada de um dos maiores jogadores de golfe do país (Don Johnson), seu inimigo no passado e que reaparece para contratá-lo como caddy numa competição beneficiente.
Não há como negar que a trajetória do triângulo amoroso é recheada de todos os clichês conhecidos das comédias românticas. Mas estes clichês são muito bem valorizados pela presença magnética do duo central. Costner está ótimo como o galã de meia-idade largadão, e todos sabem de antemão que ele fará de tudo para conquistar sua paixão, inclusive encarar seu algoz no maior campeonato de golfe do mundo, o U.S. Open. Russo está linda, e isso basta. Algumas passagens soam desnecessárias, o que fazem com que o filme pareça um pouco longo, excedendo duas horas de duração. Porém, uma vez fisgado pelo charme da história, o espectador com certeza desfrutará de uma comédia romântica acima da média, com uma dupla afinadíssima e cativante.
Infelizmente, o DVD lançado pela Warner é completamente desprovido de extras.
Texto postado por Kollision em 27/Junho/2004