Visto via Netflix em 21-AGO-2016, Domingo
É cada vez mais difícil identificar originalidade em filmes cuja estrutura já foi esgotada em obras anteriores, um aspecto que às vezes soa impossível de ser contornado. O cinema de ação calcado em roubos e escapadas mirabolantes que o diga. Ao trilhar esse caminho, o mínimo que um diretor precisa mostrar é competência cênica e talvez um pouco de respeito pela essência de seus personagens – o resto é bônus, e é aí que um filme do tipo tem chances de se sobressair. Ladrões, por exemplo, se encaixa perfeitamente neste molde, e soa ainda mais interessante por não se sustentar exclusivamente sobre a imagem que vende, ou seja, a de um grupo de ladrões charmosos selecionados a dedo. Confesso que tinha subestimado o filme por causa disso.
Depois de praticar mais um ousado roubo o grupo colhe os louros e deixa a poeira baixar, mas o retorno de um antigo membro recentemente liberado da cadeia (Clifford "T.I." Harris) e seu desejo de acertar as contas com os ex-colegas faz com que todos abracem um novo e irrecusável "projeto", enquanto uma dupla de policiais (Matt Dillon e Jay Hernandez) tenta fechar o cerco sobre o bando. Tudo bem que o roteiro se debruça mais sobre alguns personagens que outros, mas é inegável que a intensidade das cenas de ação, a edição bacana e a boa trilha sonora não permitem que isso afete o ritmo da história. Idris Elba e Matt Dillon têm mais material para trabalhar, enquanto Paul Walker basicamente repete de maneira menos glamorosa o personagem que marcou sua carreira na série Velozes e Furiosos. No saldo final, Ladrões é boa diversão e merece ser visto por mais pessoas, apesar da recepção morna de crítica e público quando passou nos cinemas.