Cinema

Esfera

Esfera
Título original: Sphere
Ano: 1998
País: Estados Unidos
Duração: 134 min.
Gênero: Ficção Científica
Diretor: Barry Levinson (Ruas da Liberdade, A Guerra das Perucas, Vida Bandida)
Trilha Sonora: Elliot Goldenthal (Cocaine Cowboys, Geração Punk, Cemitério Maldito)
Elenco: Dustin Hoffman, Sharon Stone, Samuel L. Jackson, Liev Schreiber, Peter Coyote, Queen Latifah, Marga Gómez, Huey Lewis, Bernard Hocke, James Pickens Jr., Michael Keys Hall, Ralph Tabakin
Distribuidora do DVD: Warner
Avaliação: 4

Baseado em obra do autor de bestsellers Michael Crichton (que tem em seu currículo filmes como Jurassic Park e Assédio Sexual), Esfera tem um bom diretor, um elenco de astros e, de quebra, títulos de abertura que com certeza figuram entre os mais legais já vistos na história do cinema. Seguindo a mesma linha de obras como O Segredo do Abismo, Esfera é uma aventura submarina que, no entanto, não consegue ter a mesma eficácia do filme de James Cameron.

Dustin Hoffman faz um psicólogo arrastado para o meio do oceano, cujo trabalho é fazer parte de uma equipe selecionada a dedo para mergulhar e investigar o que parece ser uma nave extra-terrestre. Ele junta-se à bióloga feita por Sharon Stone, ao matemático de Samuel L. Jackson e ao astrofísico de Liev Schreiber. Liderados por Peter Coyote, eles descem às profundezas do oceano, deparando-se com uma nave que pode não ter nada de extra-terrestre, e em cujo interior flutua uma esfera brilhante que causa uma estranha fascinação em toda a equipe. Quando coisas estranhas começam a acontecer a missão é colocada em risco, e só tarde demais eles percebem que a esfera pode ser a causa de tudo.

Esfera é mais um desses filmes que, em seus primeiros minutos, prometem bastante. Abertura bacana, introdução de personagens legal e estabelecimento correto do clima. Porém, à medida que a equipe acredita estar desvendando o mistério, o filme perde cada vez mais o rumo, numa trajetória confusa que desanima a platéia que tenta entender alguma coisa da mensagem. O mistério levantado pela presença da esfera não é esmiuçado a fundo, e fica a cargo do espectador imaginar o que de fato há dentro dela, através das reações dos diversos personagens da trama. Não é possível vislumbrar o mal/bem implícito, o que, aliás, é uma tática empregada por Levinson na cena do polvo gigante e seus ovos. A tela se enche de ovos, mas nenhuma pontinha do bicho é avistada a não ser pela sua silhueta no radar. A explicação, se é que ela vai satisfazer algumas pessoas, vem depois.

O que há de melhor no filme são os efeitos especiais, excelentes. Mas isso não é o suficiente para compensar as falhas de uma história que não se garante em nenhum momento do meio para o final. Há um ou dois furos no roteiro que ferem a narrativa de forma muito evidente. Um deles é quando o que resta da equipe, já mentalmente perturbada e terrivelmente abalada, tem uma chance de subir à superfície durante o procedimento de reajuste (reset) do mini-submarino, mas simplesmente não o faz. As índoles dos cientistas soam ambíguas demais, principalmente a personagem de Sharon Stone, o que acaba estabelecendo uma certa antipatia que perdura até o final. O desfecho é insatisfatório por não responder qual é a verdadeira natureza da esfera: trata-se de um ser vivo, um aparato mecânico ou o quê? Muita coisa foi deixada a cargo das mentes da platéia, quando um pouco de objetividade teria sido mais produtivo.

A principal atração dos extras é um especial de 14 minutos sobre os efeitos especiais do filme. Há ainda o trailer, três spots de TV, biografias do elenco principal e da equipe técnica e um texto até interessante sobre a evolução da ficção científica no cinema.

Texto postado por Kollision em 9/Janeiro/2005