Este é o terceiro e último capítulo da série que catapultou a carreira de Romy Schneider em direção ao estrelato internacional, no papel da imperatriz austríaca que ascendeu à categoria de mito. Utilizando alguns fatos históricos para compor livremente mais um capítulo fantasioso da vida da imperatriz, o roteirista e diretor Ernst Marischka mantém a fleuma e o bom gosto cênico mostrados nos capítulos anteriores, convertendo também este filme numa sessão obrigatória para os que se renderam aos encantos de Romy Schneider.
Agora também rainha da Hungria, a bela Sissi (Schneider) passa mais tempo em seu novo país do que na Áustria, longe do marido e rei Franz Joseph (Karlheinz Böhm). Quem não está nada contente com isso é a sua sogra megera Sophie (Vilma Degischer), e os galanteios constantes do conde húngaro Andrassy (Walter Reyer) só fomentam a polêmica em torno da distância entre o rei e a rainha. As tensões na família aumentam quando um dos irmãos de Sissi resolve se casar em segredo com uma atriz, para o desespero de seus pais. Quando a própria Sissi começa a ser vitimada por uma doença misteriosa, o desespero ameaça tomar conta da côrte austro-húngara, principalmente do sempre apaixonado rei Franz Joseph.
É chover no molhado afirmar que o carisma de Romy Schneider permanece inalterado em Sissi e Seu Destino. Muito embora a história parecia definitivamente terminada tanto no primeiro quanto no segundo filme, Marischka dá o seu jeito de colocar um pouco mais de conflito na relação açucarada entre rei e rainha, mais uma vez ignorando qualquer outro aspecto relacionado à realeza que não seja o romance. Por isso soa tão estranha uma sentença de Sissi já na reta final do filme, quando ela diz que os italianos só vêem Franz como um "imperialista assassino", sem que tenha havido qualquer exposição da história neste sentido. Diferentemente dos anteriores, há uma quantidade um pouco maior de gordura narrativa neste terceiro conto, sendo o maior exemplo disso a inclusão da sub-trama relacionada ao irmão de Sissi. Ele nem mesmo chega a ter uma cena junto à rainha, seu conflito fica restrito à família e, apesar de representado com inegável sutileza e graça, em nada interfere na linha principal da narrativa.
Quem rouba uma boa parte das cenas no filme é Josef Meinrad, que transforma seu coronel Böckl no melhor coadjuvante da trilogia ao assumir seu lado Don Juan durante a longa viagem de recuperação de Sissi através da Europa. O mala dá um jeito de conquistar uma húngara, uma bela portuguesa e uma jardineira grega, só para ficar no que a história sempre alegre e bem-humorada mostra. A realidade árida do universo político-militar do império austro-húngaro é arranhada indiretamente no desfecho do filme, que segue a fórmula já manjada dos capítulos anteriores e coroa a tal estética de "opereta" de maneira anti-climática, meio que prenunciando os destinos trágicos tanto da verdadeira Sissi quanto de Romy Schneider, que alçaria vôos artísticos mais altos após se despedir do papel da radiante imperatriz austríaca.
A seção de extras do DVD da Versátil vem com um depoimento de Rubens Ewald Filho sobre a vida e a carreira de Romy Schneider, trailer, texto sobre a vida da imperatriz Elisabeth da Áustria, biografia de Romy Schneider e duas galerias de fotos com material sobre a imperatriz e sobre o filme.
Texto postado por Kollision em 11/Julho/2006