Cinema

Seis Mulheres para o Assassino

Seis Mulheres para o Assassino
Título original: Sei Donne per l'Assassino
Ano: 1964
País: Alemanha Ocidental, França, Itália, Mônaco
Duração: 84 min.
Gênero: Suspense
Diretor: Mario Bava (O Planeta dos Vampiros, Os Punhais do Vingador, Cães Raivosos)
Trilha Sonora: Carlo Rustichelli
Elenco: Eva Bartok, Cameron Mitchell, Thomas Reiner, Ariana Gorini, Dante DiPaolo, Mary Arden, Franco Ressel, Claude Dantes, Luciano Pigozzi, Lea Lander, Massimo Righi, Francesca Ungaro, Giuliano Raffaelli, Harriet Medin, Mary Carmen, Heidi Stroh
Distribuidora do DVD: VCI Entertainment
Avaliação: 6

Também conhecido pelo título ocidental (Blood and Black Lace), este filme foi o grande responsável por converter o sub-gênero do suspense informalmente chamado de whodunnit em propriedade criativa dos diretores italianos, a partir de então sob o nome de giallo. É o primeiro do estilo, dizem os entendidos. E, exatamente por isso, consiste na grande e maior influência sobre o trabalho de diretores como Dario Argento, discípulo declarado de Mario Bava. Com sua trama detetivesca, Seis Mulheres para o Assassino inaugurou a onda dos filmes de contagem de corpos ("Seis Mulheres para o Assassino" é a tradução literal do título original). A campanha de divulgação também mostrou-se inovadora, pois a obra continha, de acordo com o cartaz, 8 dos maiores sustos já filmados na história do cinema...

À noite, nos jardins de um famoso ateliê de moda gerenciado por uma bela condessa (Eva Bartok), um assassino encapuzado faz de vítima uma das moças que lá trabalham. Logo tem início a investigação da polícia, que não tarda a deixar todo mundo que tinha alguma relação com a moça assassinada com uma pulga atrás da orelha. Principalmente após a descoberta de um diário secreto que a vítima mantinha, pelo jeito recheado de indiscrições e podres de praticamente todos que conviviam com ela. O desespero em obter o diário é o que força o misterioso assassino a continuar matando as moças do ateliê uma a uma, sempre com requintes de sadismo e extrema crueldade.

Há grandes contrastes neste tal primeiro giallo, que é também um dos primeiros suspenses filmados em cores. Basicamente, é possível resumi-los em Técnica × Roteiro. Enquanto Mario Bava esbanja estilo em tomadas cheias de personalidade e fabulosas seqüências de mise-en-scene, muito pouca coisa se sobressai na história boba e mal contada. Nenhum personagem é desenvolvido a contento, e é até mesmo difícil se lembrar deles depois que o filme acaba. Numa olhada geral, praticamente todo o elenco masculino de suspeitos é desinteressante.

Precisamente por essa grande distância entre história e desenvoltura técnica, o filme é daqueles que geralmente sobem no conceito após uma eventual revisão, seja porque a história já é conhecida e é possível se concentrar ainda mais na beleza da cinematografia e da técnica, ou porque fica mais fácil acompanhar as idas e vindas dos suspeitos de serem o assassino de mulheres. Os grandes momentos são obviamente as mortes, além da seqüência de introdução ao ateliê, com a placa caindo e pendendo enquanto a câmera avança sobre uma fonte, e o travelling que apresenta as modelos pela primeira vez dentro do casarão. Além de ser referido geralmente como um diretor subestimado, Mario Bava era conhecido por operar a câmera ele mesmo, fazer os efeitos especiais, a maquiagem e a própria iluminação em seus sets. Fica claro em Seis Mulheres para o Assassino que Bava foi um cineasta completo e bastante eficiente na tarefa de converter budgets limitados em criatividade cênica. Mas é verdadeiramente uma pena que o filme careça de força narrativa.

Na edição dupla da VCI Entertainment, o filme vem com áudio original em italiano, dublagens em francês e inglês e legendas em inglês e espanhol. O primeiro disco traz como extras uma valiosa faixa de comentários de Tim Lucas (jornalista americano que escreveu um livro sobre a obra de Mario Bava), biografias do diretor e de Cameron Mitchell, Eva Bartok, Luciano Pagozzi, Mary Arden e Tim Lucas, o trailer americano do filme e ainda os trailers de The City of the Dead, Ruby, Horrors of the Black Museum e O Pássaro das Plumas de Cristal. O segundo disco tem entrevistas atuais com Cameron Mitchell e Mary Arden, as versões americana e francesa para os créditos de abertura do filme, uma galeria de fotos animada, 4 faixas separadas da trilha sonora de Carlo Rustichelli, 25 minutos de comparações entre as cenas de assassinato das várias versões européias e americanas do longa, 3 trailers do filme e os trailers de A Vingança dos Vikings e The Whip and the Body.

Visto em DVD em 12-NOV-2006, Domingo - Texto postado por Kollision em 16-NOV-2006