Visto no cinema em 7-FEV-2011, Segunda-feira, sala 5 do Multiplex Pantanal
Um dos modos de se ver Santuário, alardeado com ênfase pelo próprio James Cameron como o primeiro filho cinematográfico da revolução em 3D feita por Avatar, é que ele não passa de um suspense dentro de uma caverna lamacenta. E isso é a mais pura verdade. Não há nada essencialmente errado no filme, mas a propaganda enganosa é algo poderoso em se tratando de cinema, e neste caso ela é forte. Isso é prova de que a tecnologia 3D não faz diferença para o sucesso ou fracasso de um filme. O que há de novo na história de um grupo de exploradores que fica preso numa caverna e precisa se virar para sobreviver enquanto ela é inundada aos poucos? Provavelmente nada. A execução do suspense é razoável, com passagens verdadeiramente tensas e algumas surpresas, e a maior parte do elenco pelo menos tenta fazer um bom trabalho. Apesar de brilhar numa única cena (quando ele se dá conta de que fez uma puta cagada mas não consegue colocar isso em palavras), Ioan Gruffudd está bem mal, para não dizer irritante. No geral, não dá para enaltecer um trabalho que não está disposto a mostrar algo além do que já foi visto em inúmeras outras ocasiões, principalmente diante da expectativa criada com o 3D. Abismo do Medo, por exemplo, foi bem mais barato de se fazer e tem muito mais substância.