Visto via Netflix em 11-FEV-2021, Quinta-feira
Em que pese o tema extremamente delicado abordado em O Quarto de Jack, a condução da história pelo diretor Lenny Abrahamson é nada menos que exemplar já que em nenhum momento ela resvala no dramalhão ou no suspense sensacionalista. Tudo começa dentro de um quarto minúsculo onde moram a mãe (Brie Larson) e seu filho de cinco anos Jack (Jacob Tremblay). Aprisionada contra a vontade e recebendo somente visitas esporádicas de seu captor (Sean Bridgers), a mulher faz de tudo para tornar a vida do filho palatável, só que as coisas começam a mudar de figura à medida em que o garoto passa a questionar a mãe sobre sua própria realidade e sobre o que pode estar lá fora. Sem recorrer a saídas fáceis ou rompantes de virtuosismo cênico e violência, O Quarto de Jack é um filme de intensidade dolorosamente sutil, digno de figurar entre as grandes realizações que versam sobre a superação diante de dificuldades aparentemente incontornáveis. Agraciada com o Oscar de melhor atriz por seu papel, Larson entrega uma performance extraordinária, mas seu jovem parceiro de cena não fica nem um pouco atrás.