Visto via Netflix em 7-DEZ-2013, Sábado
Tenho certeza que no início da década de 60 a galeria de filmes de monstro já estava razoavelmente saturada, dada a proliferação dos mais estapafúrdios longas de ficção científica realizados na esteira da era atômica. No caso de Reptilicus, não há absolutamente nada que o diferencie da média dos pastiches que marcaram o gênero, mas é preciso comentar algumas peculiaridades a seu respeito. A mais interessante delas é que o filme foi produzido inteiramente na Dinamarca, usando como pano de fundo a cidade de Copenhague. Ou seja, dessa vez Nova York escapou de ser destruída. Outra peculiaridade é que o longa foi rodado em duas versões, uma em dinamarquês e outra em inglês, destinada ao mercado externo. E ainda outra é a quantidade de cenas completamente fora do contexto para um filme de monstro, que mostram os personagens se divertindo nos pontos turísticos da cidade no que provavelmente não passava de propaganda turística descarada. Do que se trata Reptilicus, afinal? Trata-se de um lagarto gigantesco que é revivido quando sua cauda é encontrada numa escavação local e cai nas mãos de um grupo de cientistas. Personagens rasos e sem qualquer caracterização, abuso de cenas em miniatura sem a mínima credibilidade, efeitos especiais paupérrimos para as mortes e a gosma verde que o bicho cospe, imagens reais de devastação (arquivo) em meio à pobreza cênica, tudo isso abrilhanta o filme do início ao fim. É bem apropriado para os aficcionados e insones de fim de semana, apesar de ser muito ruim.