Visto no cinema em 23-ABR-2007, Segunda-feira, sala 4 do Multiplex Pantanal
A sensação de se assistir a este trabalho de Joel Schumacher é a mesma de percorrer uma espiral, de fora para dentro. O início é morto, com uma estranha pontada de sonolenta e inútil redundância. À medida em que a história progride, no entanto, as coisas vão entrando nos eixos, não necessariamente com o louvor presumido que o roteiro tenta clamar para si. Várias ligações soam rasas demais, enquanto a neurose do protagonista nem sempre parece convincente. Jim Carrey é um técnico veterinário que ganha de presente da esposa (Virginia Madsen) um livro que retrata a obsessão de um detetive pelo número 23, "tara" cerebral que se mescla aos fatos de sua vida de forma irrefutável e progressivamente o torna paranóico. Carrey demonstra jogo de cintura, principalmente quando sua voz destoa do tom comédico que o estigmatizou. Por incrível que pareça, o filme se sustenta praticamente só com sua performance.