Cinema

A Hora do Pesadelo 7 - O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger

A Hora do Pesadelo 7 - O Novo Pesadelo: O Retorno de Freddy Krueger
Título original: New Nightmare
Ano: 1994
País: Estados Unidos
Duração: 113 min.
Gênero: Terror
Diretor: Wes Craven (Um Vampiro no Brooklyn, Pânico, Pânico 2)
Trilha Sonora: J. Peter Robinson
Elenco: Heather Langenkamp, Robert Englund, Miko Hughes, David Newsom, Wes Craven, John Saxon, Tracy Middendorf, Robert Shaye, Sara Risher, Marianne Maddalena, Gretchen Oehler, Jeff Davis, Cully Fredricksen, Matt Winston, Bodhi Elfman, Rob LaBelle, Sam Rubin, Claudia Haro, Cindy Guidry, Ray Glanzmann, Yonda Davis, Michael Hagiwara, W. Earl Brown, Kenneth Zanchi, Tuesday Knight, Jsu Garcia
Distribuidora do DVD: Playarte
Avaliação: 7

Ao longo de aproximadamente 10 anos, a série A Hora do Pesadelo surgiu, cresceu e angariou fãs em toda a comunidade cinematográfica. Criou um novo ícone do terror na figura de Freddy Krueger, o assassino de crianças que mata suas vítimas através de seus pesadelos, e viu esse personagem atingir o ápice da fama, virar ídolo adolescente, ser ridicularizado em seus próprios filmes, e por fim perder popularidade junto à sua própria base de fãs, uma vez que os últimos filmes já não tinham o retorno financeiro das primeiras seqüências. Um percurso de considerável longevidade, que nesta parte 7 volta às suas origens sob a direção do criador da série, o diretor Wes Craven.

A história, no entanto, não segue os moldes das continuações anteriores. Em primeiro lugar, Freddy foi morto na parte 6. Como ele poderia aparecer em mais um show de delírios oníricos? É então que nos deparamos com o mundo real e com Heather Langenkamp (a heroína das partes 1 e 3), casada e com um filho, envolvida em talvez mais um provável filme da franquia. A vida real é levada à tela, e nela até mesmo os produtores Robert Shaye e Sara Risher, assim como o diretor Craven e o próprio Robert Englund (Freddy), aparecem em performances como eles próprios. Em meio às negociações sobre a sua participação no novo filme e aos constantes terremotos atingindo Los Angeles, Heather é assediada pelas ligações de um fã psicopata e começa a sonhar com Freddy. Quando seu filho também passa a sonhar com o assassino de celulóide e coincidências cada vez mais freqüentes acontecem em sua vida, ela se vê às voltas com um mistério inimaginável: estaria Freddy tomando forma no mundo real?

A premissa corajosa do roteiro ajuda a afastar o desgaste evidente que a série vinha sofrendo, oferecendo uma nova abordagem ao mito de Freddy e tentando espremer o pouco de suco que restava da idéia original, lançada em 1984. Ver alguns dos atores dos filmes da série serem chamados pelos seus nomes verdadeiros é algo digno de assombro.

O salto qualitativo em relação aos filmes anteriores é impressionante, e há até mesmo um certo suspense. Heather Langenkamp está mais madura e ainda mais bonita, encarnando corajosamente a torturante realidade metalingüística concebida por Craven, e as aparições de John Saxon e de Robert Englund sem maquiagem valorizam este conceito. O roteiro é bastante consistente de início, recheado com várias auto-referências ao filme original, mas derrapa um pouco em sua parte final. Quando o verdadeiro Freddy dá as caras, ainda mais diabólico e com garras naturais (sem luva), o filme perde um pouco a força e não fica muito diferente do festival de efeitos visuais das continuações anteriores.

O elo mais fraco do elenco, infelizmente, é Miko Hughes, o menino que faz o filho de Heather. Desde cedo um mini-astro do gênero, já que ele foi o pequeno Gage Creed no competente Cemitério Maldito, de 1989, o garoto parecia uma boa escolha. Porém, as cenas em que o moleque precisa demonstrar que está em pânico ou sonhando são ridículas, para dizer o mínimo. Parece que Craven tentou fazer uma referência ou mesmo uma homenagem ao filme baseado em Stephen King, dirigindo o garoto de forma que ele emulasse os cacoetes mostrados em Cemitério Maldito. Infantil demais, adequado de menos.

Mesmo com estes defeitos, O Novo Pesadelo se sobressai como uma das melhores continuações da série, juntamente com as partes 3 e 4. O DVD traz como extras o trailer de cinema do filme e do pacote de DVDs contendo as partes 1, 2 e 3 da saga de Freddy.

Texto postado por Kollision em 28/Agosto/2004