Freddy Krueger chega ao seu quinto espetáculo, uma espécie de repetição exagerada dos três últimos filmes, comandada pelo diretor Stephen Hopkins. É aqui que os sinais de cansaço e desgaste da série começam a se tornar visíveis.
Lisa Wilcox retorna como a heroína Alice, a garota responsável pela derradeira derrocada do assassino no filme anterior. Ela e seu namorado (também um sobrevivente) estão felizes e planejam uma viagem após a formatura, mas a ameaça de Freddy insiste em atormentar suas vidas quando Alice começa a sonhar acordada. Vislumbrando o que parece ser o passado do monstro e presenciando seu estranho renascimento, só mais tarde é que Alice percebe que Freddy dominou os sonhos do filho que carrega no ventre. Krueger não consegue mais enfrentá-la, e começa a pegar seus amigos "através" dos devaneios do feto.
A premissa é difícil, e não consegue render um produto tão razoável (ainda que ruim) quanto as duas continuações anteriores. A origem de Freddy, mencionada na parte 3, é esmiuçada e se confunde com o seu renascimento por meio do filho de Alice. Afinal, Freddy nasceu um assassino ou tornou-se um depois de adulto? O fato de sua mãe, uma freira, ter sido estuprada por centenas de maníacos é motivo suficiente para o nascimento de um filho deformado e fadado a ser uma aberração? Aviso: não adianta muito tentar entender esse trecho do filme. De qualquer forma, o filho de Alice chega a aparecer para a mãe já crescido, num estranho refluxo temporal onírico que tenta inutilmente tornar os sonhos da personagem principal menos vazios. Os pesadelos, por sinal, possuem deixas forçadas demais. Parece que, quando o roteiro quer mostrar alguma artimanha de Freddy, basta pôr o pessoal para dormir. Cair no sono durante um jantar, diante de um monte de convidados? Cair no sono no volante, enquanto se dirige à casa da namorada após receber um telefonema desesperado seu? Isso não soa coerente nem aqui nem na China...
Até mesmo a maquiagem de Freddy destoa dos demais filmes, parecendo menos elaborada. Seu famoso chapéu sujo aparece pouco, e quase sempre ele age com a careca à mostra. E aqui, finalmente, Freddy assume completamente o seu lado palhaço, com tiradas e torturas absurdas de ridículas, carregadas de efeitos especiais de aspecto visual interessante mas desprovidas de impacto tétrico. O suspense é pouco, quase inexistente, mas alguns sinais de inspiração podem ser notados ao longo da película. Uma certa pose de Robert Englund, por exemplo, lembra muito o vampiro de Max Schreck no clássico Nosferatu, de 1922. E a cena da motocicleta humana remete vagamente ao Motoqueiro Fantasma, personagem de segundo escalão da Marvel Comics. Lisa Wilcox é uma graça e está bem em cena. Infelizmente, o mesmo não pode ser dito do resto do elenco.
O filme foi seguido por A Hora do Pesadelo 6 - Pesadelo Final: A Morte de Freddy.
O único extra do DVD é um teaser trailer do filme.
Texto postado por Kollision em 20/Agosto/2004