Cinema

Uma Noite no Museu

Uma Noite no Museu
Título original: Night at the Museum
Ano: 2006
País: Estados Unidos
Duração: 108 min.
Gênero: Comédia
Diretor: Shawn Levy (Uma Noite no Museu 2, Uma Noite Fora de Série, Gigantes de Aço)
Trilha Sonora: Alan Silvestri (A Lenda de Beowulf, G.I. Joe - A Origem de Cobra, Esquadrão Classe A)
Elenco: Ben Stiller, Robin Williams, Dick Van Dyke, Mickey Rooney, Bill Cobbs, Carla Gugino, Owen Wilson, Steve Coogan, Jake Cherry, Ricky Gervais, Mizuo Peck, Kim Raver, Paul Rudd, Patrick Gallagher, Rami Malek, Pierfrancesco Favino
Avaliação: 6

Cheio de efeitos especiais e capitaneado por um dos comediantes mais expostos do cinema americano atual, Uma Noite no Museu chega para integrar a categoria de filmes familiares que colocam o pé na fantasia exagerada para fazer rir, transmitir uma mensagem e entreter sem que seja preciso pensar (não exatamente nesta ordem para todo mundo). Dirigido por um cineasta que está se especializando em coisas do tipo, o filme alterna momentos sem muita graça com alguns picos que rendem boas gargalhadas.

Larry (Ben Stiller) é um desocupado que jamais teve um emprego fixo. As constantes mudanças em sua vida acabam por afastá-lo do filho, que está sob a guarda da ex-mulher do cara e cada vez mais se afeiçoa ao padrasto atencioso. Ao receber um ultimato da esposa para tomar jeito, Larry recebe de presente do destino a oportunidade de trabalhar como guarda noturno do Museu de História Natural de Nova York. Um emprego como outro qualquer, se não fosse pelo fato de, à noite, todas as criaturas esculpidas e entalhadas dentro do museu ganharem vida. Inicialmente auxiliado pelos guardas veteranos (uma trinca de peso formada por Dick Van Dyke, Mickey Rooney e Bill Cobbs), Larry tem que se virar para dar conta da confusão e impedir o roubo do artefato que causa o fenômeno noturno, sendo que sua maior ajuda acaba sendo o reavivado presidente Theodore Roosevelt (Robin Williams).

Contrariando a impressão passada pelo trailer, Uma Noite no Museu é um filme que leva um tempo razoável para entrar em velocidade de cruzeiro. Pode-se até dizer que a primeira metade amarela no que diz respeito a gags e passagens engraçadas, graças ao conflito que precisa ser estabelecido para que a motivação do personagem de Ben Stiller seja justificada. Larry está num estágio da vida onde tudo o que lhe importa é a forma como é visto pelo filho, que cada vez mais tem a certeza de que o pai é um fracassado. E existe coisa mais cinematográfica do que ver um fracassado se dar bem pelo menos uma vez na vida? Sim, é a mesma velha história de sempre, só que desta vez adornada com uma boa dose de escapismo alucinado e, se a platéia tiver paciência, alguns bons motivos para acabar gostando do filme.

A produção tem o dedo de várias pessoas envolvidas na série Harry Potter, o que atesta o bom nível dos efeitos especiais. A presença dos veteranos – com Dick Van Dyke ainda esbanjando boa forma em cena – é um deleite para os mais escolados em filmes clássicos. E, é óbvio, novamente somos convidados a ver a cara de pastel de Owen Wilson, o mais notório arroz-de-festa em se tratando de um trabalho envolvendo Ben Stiller. Carla Gugino está lá para dar um pouco mais de substância à virada por cima do protagonista, enquanto Robin Williams se torna o responsável por transmitir a mensagem enaltecedora do pacote.

Se a história sai completamente dos eixos já perto do seu final, há que se dar um desconto à concepção geral do longa, que faz vista grossa a muitas inconsistências lógicas e só se preocupa mesmo com o fator entretenimento. O que já está de bom tamanho e definitivamente não faz os envolvidos na produção passarem vergonha.

Visto no cinema em 28-JAN, Domingo, sala 2 do Multiplex Pantanal - Texto postado por Kollision em 2-FEV-2007