Visto via Netflix em 24-SET-2018, Segunda-feira
Sapeando pelo catálogo da Netflix e procurando algo rasteiro para assistir, eis que me deparo com Mr. Magoo, a versão cinematográfica para o desenho do senhorzinho míope que leva a vida em paz com a boa vontade do destino. Por incrível que pareça, eu desconhecia totalmente o fato de que Magoo havia ganhado uma versão de carne e osso, e mais tarde descobri o porquê: o longa foi retirado rapidamente dos cinemas por ter enervado as instituições de cegos mundo afora, que teriam se sentido ofendidas. O que se seguiu foi uma carreira medíocre no mercado de vídeo. Vale lembrar, porém, que o boicote que derrubou o filme dos cinemas em nada é culpado por sua ruindade.
Magoo (Leslie Nielsen) é um multimilionário que passa os dias a supervisionar seu império, quando se torna suspeito do roubo de um rubi gigantesco durante uma exposição de arte. Em busca do rubi está uma dupla de larápios (Nick Chinlund e Kelly Lynch, bela como sempre) a serviço de um chefão do submundo (Malcolm McDowell), enquanto dois policiais que não se bicam (Stephen Tobolowsky e o caça-fantasma Ernie Hudson) seguem o procedimento padrão para tentar desmascarar Magoo. Para os acontecimentos do dia-a-dia o velhinho míope conta com a ajuda do sobrinho bobão (Matt Keeslar) que está apaixonado pela princesa que trouxe o rubi roubado para o país (Jennifer Garner). Assim como no desenho, Mr. Magoo se apoia fortemente em gags visuais para apresentar as trapalhadas do velhinho. Até certo ponto a estratégia não chega a ser ruim, mas tudo vai por água abaixo quando ele é transformado numa espécie de mestre dos disfarces que se alia à polícia para encontrar a joia preciosa. O que se segue é um punhado de esquetes sem muita conexão narrativa ou lógica, com um clímax curioso que se passa em locações brasileiras onde o povo fala espanhol. O humor é infantil e primitivo, e apesar do ótimo elenco o que se tem ao final é uma comédia sem muita graça.