Visto via Netflix em 6-JAN-2017, Sexta-feira
Para Maiores, projeto iniciado pela metade mais abusada dos irmãos Farrelly e finalizado somente quatro anos mais tarde devido à infinidade de astros e diretores envolvidos, é exatamente o tipo de comédia que o cinema precisa de vez em quando. O filme faz jus ao nome e vem com umas poucas passagens que forçam a barra na escatologia ou no que muita gente pode considerar tabu intocável (daí as críticas que apelam para questões de mau gosto), mas é hilariante durante a maior parte do tempo e oferece uma oportunidade única de vermos gente consagrada fazendo bonito em esquetes que transitam por todas as vertentes do humor cinematográfico.
Na versão disponibilizada pela Netflix (a internacional), o fio principal de ligação entre as historietas é um trio de adolescentes que tenta encontrar na Internet um filme tão proibido que seria capaz de provocar o fim da vida no planeta Terra (a versão "oficial" lançada nos Estados Unidos é diferente e conta com a presença de Dennis Quaid e Greg Kinnear, por exemplo). O difícil, ao final, é eleger uma história favorita, já que todas elas têm uma pegada particular e até mesmo uma iluminada parcela de crítica social. Se tivesse que escolher agora, eu diria que meus trechos favoritos foram o do encontro às escuras entre Kate Winslet e Hugh Jackman (dir. por Peter Farrelly), a tortura de Robin (Justin Long) nas mãos de Batman (Jason Sudeikis) e seus inimigos (dir. por James Duffy) e a dureza cruel por qual passa o técnico (Terrence Howard) que precisa motivar o primeiro time de basquete formado exclusivamente por negros contra os teoricamente imbatíveis adversários brancos (dir. por Rusty Cundieff).
O inexplicável, no caso, é entender como um filme tão bacana foi um fracasso tão retumbante (críticos de merda) e continua a ser pouco conhecido até mesmo por seu próprio público-alvo.