Visto via Netflix em 13-MAR-2015, Sexta-feira
Quando as neuroses de um casamento em crise afloram alguns anos após o casal ter adotado um filho, o homem (Woody Allen) se lança numa campanha desesperada para encontrar a verdadeira mãe do garoto, que ele descobre ser então uma prostituta e ex-atriz pornô de nome artístico Judy Cum (Mira Sorvino). Enquanto isso, sua esposa (Helena Bonham Carter) se distancia cada vez mais em busca do sucesso no mundo das artes. No universo de Poderosa Afrodite, a mente do protagonista obcecado por conhecer a progenitora de seu protegido é representada por uma trupe de teatro que encena seus pensamentos como divagações da mitologia grega entre ruínas gregas típicas (F. Murray Abraham é o líder da trupe). A Afrodite de Mira Sorvino é um vulcão de pura ingenuidade e entusiasmo pela vida, um verdadeiro contraste com o que se espera de alguém com seu passado. É em torno dela e a partir dela que vêm boa parte das situações engraçadas do filme, enquanto Woody Allen faz praticamente o mesmo personagem de muitos outros longas por ele dirigidos e protagonizados. Creio que não era para tanto, mas a simpática interpretação de Sorvino foi agraciada com o Oscar de melhor atriz coadjuvante, num filme que soa bem mais profundo do que indica qualquer sinopse rasteira e que apresenta um olhar revigorante acerca da sempre complicada dinâmica dos relacionamentos.