Cinema

Mad Max

Mad Max
Título original: Mad Max
Ano: 1979
País: Austrália
Duração: 93 min.
Gênero: Ficção Científica
Diretor: George Miller (Mad Max 2 - A Caçada Continua, No Limite da Realidade)
Trilha Sonora: Brian May (Gallipoli, A Hora do Pesadelo 6 - Pesadelo Final: A Morte de Freddy)
Elenco: Mel Gibson, Joanne Samuel, Hugh Keays-Byrne, Steve Bisley, Tim Burns, Roger Ward, Lisa Aldenhoven, David Bracks, Bertrand Cadart, David Cameron, Robina Chaffey, Stephen Clark, Mathew Constantine, Jerry Day, Reg Evans, Max Fairchild, Sheila Florance
Distribuidora do DVD: Warner
Avaliação: 8

Este pequeno clássico de George Miller pode muito bem ser a maior e mais famosa contribuição do cinema australiano para a história da sétima arte. Isso ocorre porque Mad Max é, além um dos melhores representantes do que pode ser feito com orçamento reduzido e comprovada qualidade, uma genuína obra de autor voltada para o explosivo gênero da ação, com um fundo de ficção científica que confere ao longa uma ambientação ímpar. O sucesso do filme colocou o nome de um tal Mel Gibson no mapa das estrelas e o resto é, como todos sabem, história.

Em algum ponto num futuro não muito distante, a violência tomou conta das cidades e a polícia, cada vez mais desacreditada e à mercê de um sistema legal que favorece os bandidos, se encontra no centro de uma guerra entre a sociedade e a escória das estradas. Durante o cerco a um dos piores bandidos da região, o policial Max Rockatansky (Mel Gibson) e sua equipe acabam por atrair a fúria do líder de uma perigosa gangue de motoqueiros, o alucinado Toecutter (Hugh Keays-Byrne). Começa então uma disputa em alta velocidade que culmina em destruição, violência e morte para ambos os lados.

Mad Max é geralmente rotulado como uma obra de ficção científica, muito embora a atemporalidade da realidade futura concebida por George Miller aproxime-a bastante dos dias atuais, tornando tudo uma espécie de cruzada contra a violência onde o herói precisa se mostrar tão ou mais implacável que seus inimigos. A linha de pensamento é algo similar à idéia por trás de Desejo de Matar, mas o filme australiano vai além, esbanjando estilo como poucos. O que falta de recursos ao filme sobra em ambientação e originalidade, desde a espetacular perseguição inicial até o violento acerto de contas mostrado no desfecho. A adrenalina é mantida sempre em alta, o que compensa algumas pequenas falhas nas cenas mais elaboradas.

A carreira de sucesso do filme, que é um dos mais rentáveis de toda a história do cinema, acabou rendendo continuações ambiciosas que apesar de serem tecnicamente melhores que a primeira aventura não carregam a combinação arrebatadora de crueza e violência que o filme de 1979 possui. Não há muito de história a ser contada que vá além da clássica idéia do bom tira fazendo justiça com as próprias mãos numa terra sem lei. Mas as paisagens desérticas da Austrália, as estradas sem fim, a acertada trilha sonora e o ronco dos motores V8 em perseguição alucinada a motos envenenadas criaram um gênero de filme muitíssimo explorado durante toda a década de 80, geralmente aliando toda a ação ao clima quase apocalíptico da película, aspecto levado às últimas conseqüências pelo próprio diretor (e raramente igualado por outros) no segundo filme da série.

Uma curiosidade interessante sobre Mad Max é que este foi o primeiro filme a ser feito em formato widescreen na Austrália. A edição simples do DVD lançado pela Warner vem com a tela na versão original, mas não deixa de ser uma verdadeira vergonha por não conter um extra sequer sobre a produção, nem mesmo o trailer.

Texto postado por Kollision em 13/Setembro/2005