Visto via Netflix em 21-MAI-2016, Sábado
Contra todos os prognósticos mais otimistas da indústria e graças quase que exclusivamente à paixão do diretor Robert Rodriguez pelo gênero que é aqui mais uma vez retratado com absoluta entrega, Machete Mata volta a mostrar as aventuras de Machete (Danny Trejo), impiedoso mercenário mexicano e hábil conquistador de mulheres. Dando continuidade a uma das alianças vistas no primeiro filme, a história começa com ele e a bela Sartana (Jessica Alba) em ação contra os carteis armados que atuam na fronteira com os EUA. Após um desenlace nada bom, o presidente em pessoa (Charlie Sheen, creditado com o nome de batismo Carlos Estevez) o convoca para impedir a detonação de uma ogiva nuclear que está nas mãos de um déspota bipolar (Demián Bichir). E dá-lhe perseguições malucas, lutas ensandecidas e participações especiais aos borbotões, com destaque para Lady Gaga como uma das encarnações do bandido camaleão e Mel Gibson como o manda-chuva por trás de toda a bandidagem do filme.
Dada a sinopse acima, por que afinal Machete Mata é tão inferior ao primeiro Machete? O motivo maior é a decisão de Rodriguez em transformar seu filme num desfile de luxo para um elenco que em outras circunstâncias jamais se permitiria estar num longa assumidamente inspirado no cinema de baixo orçamento de décadas passadas. Além disso, a ousadia cênica deixa de lado a nudez e o sangue para enfatizar efeitos especiais mambembes e situações que passam do limite do tosco-aceitável. Ao enveredar pela ficção científica no ato que encerra o filme, o roteiro ameaça uma recuperação que só poderá ser vista no derradeiro capítulo da suposta trilogia. Se ela for finalizada, é claro.