Visto no cinema em 17-SET-2010, Sexta-feira, sala 2 do Multiplex Pantanal
Par Perfeito é prova cabal de que não adianta ter boa vontade e elenco adequados se o roteiro não tem pé nem cabeça. E nem adianta tentar consertar com humor rasteiro e ação ao estilo Jason Bourne, isso só deixa o filme sem identidade e ainda mais esquecível. Katherine Heigl é a moça carente e reprimida que durante férias na França se apaixona por Ashton Kutcher, rapaz atlético e atencioso que é na verdade um assassino profissional. De uma hora pra outra o cara resolve deixar a vida de aventuras para trás e se casar com a moça, mas eis que o passado volta para assombrá-lo alguns anos depois. Um monte de gente, incluindo amigos de longa data, subitamente aparece querendo arrancar seu couro. Depois do início desastrado, que não consegue caracterizar de forma decente nenhum dos personagens, o filme até ensaia uma melhora assim que as cenas de ação começam a acontecer. Infelizmente, a partir daí a história se recusa a seguir qualquer linha de coerência, abandonando ganchos narrativos importantes sem qualquer explicação (o ex-agente renegado que deveria ser a última missão de Kutcher ou o enigma envolvendo seu chefe, por exemplo). No final, a plateia fica sem entender nada da resolução completamente retardada arranjada para o conflito, e o mais patético de tudo é constatar que a melhor coisa do filme é Catherine O'Hara, no papel da mãe alcóolatra e feliz de Katherine Heigl. Com sua indiferença mordaz, ela é a única capaz de arrancar risadas de verdade nessa enorme barca furada.