Visto no cinema em 8-ABR-2007, Domingo, sala 1 do Multiplex Pantanal
Atrás das câmeras, Robert De Niro foi com muita sede ao pote em sua vontade de botar panca com um filme longo demais, que faz das tripas coração para ser tenso e, no final das contas, não atinge praticamente nenhum dos seus intentos com qualidade. Numa história sobre a origem da CIA em que um tiro sequer é dado (não se ouve nem o som de um tiro, para se ter uma idéia), um agente (Matt Damon) é vagarosamente engolido pela teia de paranóia que dominou a organização durante a Guerra Fria, tendo que responder por um dos grandes fracassos da campanha americana em Cuba.
O personagem principal é uma pedra sem vontade própria, incapaz de tomar qualquer ação sem a aprovação do outro, e não aprende nada durante as mais de duas horas e meia de filme. De Niro esqueceu de mostrar o que acontece com o cara entre a sua cena inicial, em que ele solta a franga vestido de mulher num palco, e o restante da sua história, quando ele se comporta como um peão monossilábico a serviço de algo no qual nem parece acreditar direito.
O elenco é formado só por gente tarimbada, mas as fagulhas de vida que transparecem dentro do extenso grupo de personagens são devidas exclusivamente ao professor veterano feito por Michael Gambon e ao amor sufocado de Matt Damon, papel da atriz Tammy Blanchard. Só os fãs doentes de De Niro é que poderão enxergar qualquer outra coisa acima da média.