Visto via Netflix em 30-JUL-2020, Quinta-feira
Além do arremedo de história que marca essa comédia forçada ao extremo, o título brasileiro de Maldita Sorte não é nada feliz em sua misoginia de segundo grau. Depois de ser explicitamente homenageado por uma ex-namorada no casamento dela, dentista (Dane Cook) pega uma fama inusitada: a de que todas as mulheres que ficarem com ele se casam logo em seguida com os homens de seus sonhos. Remontando a uma maldição jogada sobre ele durante uma brincadeira de infância, a situação ganha dimensões dramáticas principalmente quando ele cede à influência nada saudável de seu melhor amigo (Dan Fogler), um cirurgião plástico tarado. É só quando o cara se interessa de verdade por uma cuidadora de pinguins (Jessica Alba) que a tal sorte começa a ser vista como uma verdadeira maldição. Com um punhado de piadas sem muita graça, passagens embaraçosas e muitos peitos de fora, o filme se torna vítima da inviabilidade de sua própria premissa muito rapidamente, fazendo com que tudo soe forçado além da conta. As únicas partes que funcionam são aquelas que apelam para gags visuais envolvendo a persona desastrada de Jessica Alba. De resto, não é nenhuma coincidência o fato de Mark Helfrich jamais ter dirigido outro filme depois deste, ou de Dane Cook ter caído no ostracismo para fazer vozes em animações e vídeo-games.