Visto no cinema em 1-NOV-2007, Quinta-feira, sala 1 do Cine Bombril em São Paulo
Filmes de arte às vezes são facas de dois gumes, por isso Na Cidade de Sylvia me deixou confuso, extremamente confuso. Quando me distancio da história, chego a achá-la magnífica em sua incompletitude, em sua singela declaração de amor ao amor não correspondido. Ao mesmo tempo, enfureço-me com a lentidão e o fato de que todo o filme poderia ser muito bem condensado num curta-metragem de dez minutos. Não há história. Há um personagem obcecado, uma cidade européia romanticamente quintessencial e uma procura incessante por um rosto feminino perdido na multidão. Com uma cinematografia primorosa e uma edição de som que acaba se instalando no subconsciente do espectador, essa pequena alegoria fílmica faz um papel inesperado ao retratar a procura poética. Que pode ser linda, mas somente sob determinados estados de espírito.