Visto no cinema em 26-JAN-2014, Domingo, sala Cinemark 3 do Shopping Goiabeiras
O Herdeiro do Diabo é um dos melhores exemplos de como a saturação técnica sem um diferencial criativo pode ser tão ou mais prejudicial que um filme essencialmente ruim. Tecnicamente, o longa dos diretores Bettinelli-Olpin e Gillett não é um desperdício. A história é contada por meio de câmeras operadas pelos protagonistas e também por câmeras independentes (mais ou menos como em Poder Sem Limites). A história, no entanto, é mais uma variação apocalíptica do clássico O Bebê de Rosemary, que apesar de tentar ambientar os eventos de uma forma ordenada faz muitas coisas erradas em matéria de construção de situações e personagens. Casal passa a última noite de lua-de-mel na República Dominicana dentro de uma danceteria extremamente obscura, tomando todas e acordando no dia seguinte sem se lembrar muito bem do que aconteceu. Dois meses depois a moça se descobre grávida, mesmo tomando todos os anticoncepcionais possíveis. Situações e reações normais é o que se vê de menos na película, que não acrescenta absolutamente nada de novo ao tema e teima em se ater aos piores clichês do gênero (casas onde ninguém acende as luzes à noite e gente que não dá a mínima para eventos bizarros, por exemplo).