Cinema

O Demolidor

O Demolidor
Título original: Demolition Man
Ano: 1993
País: Estados Unidos
Duração: 115 min.
Gênero: Ficção Científica
Diretor: Marco Brambilla
Trilha Sonora: Elliot Goldenthal (Um Amor Assassino, O Caso Roswell, Entrevista com o Vampiro)
Elenco: Sylvester Stallone, Wesley Snipes, Sandra Bullock, Nigel Hawthorne, Benjamin Bratt, Bob Gunton, Glenn Shadix, Denis Leary, Grand L. Bush, Pat Skipper, Steve Kahan, Paul Bollen, Mark Colson, Andre Gregory, John Enos III, Rob Schneider
Distribuidora do DVD: Warner
Avaliação: 6

Sylvester Stallone, ex-astro de filmes testosterona da década de 80, une-se a Wesley Snipes num conto futurista de aspectos cômicos em O Demolidor. O eterno combate entre mocinho e bandido, desta vez encenado com um estilo próprio que, como qualquer filme de ficção científica que se preze, traz uma visão bastante específica de como seria o nosso futuro daqui a alguns anos.

Em 1996, o terrorista Simon Phoenix (Snipes) é capturado pelo truculento oficial John Spartan (Stallone), ao custo das vidas de 30 reféns sob o poder do bandido. Também conhecido como o 'Demolidor', Spartan é então condenado a 70 anos de detenção na nova unidade criogênica da polícia, assim como Phoenix, que no entanto pega prisão perpétua. Porém, em 2032, o vilão é acordado do congelamento e escapa, espalhando o caos e o terror num futuro estéril e despreparado, que esqueceu como se lida com a violência já que o último assassinato fôra cometido há 20 anos atrás. A polícia não vê outra alternativa a não ser também descongelar o inimigo declarado do terrorista, Spartan.

Acompanhado pela bela tenente Lenina Huxley (Sandra Bullock, antes do estrelato de Velocidade Máxima), Spartan usa seus instintos para tentar prender um maníaco que parece ainda mais perigoso do que antes. Imerso numa sociedade que renegou completamente os costumes do passado, ele sofre com as repreensões robóticas feitas a cada palavrão proferido e com a ausência de malícia e a falta de iniciativa da força policial perante a violência explícita de seu algoz. Armas são proibidas, xingamentos são punidos com multas, e até mesmo certas comidas foram expurgadas do cotidiano das pessoas. Um mundo limpo, dominado por uma arquitetura oblíqua e coalhado de carros de linhas suaves, o futuro mostrado pelo diretor estreante Marco Bambrillo (que fizera anteriormente trabalhos publicitários com os irmãos Tony e Ridley Scott) parece-se um pouco com a visão contida em Robocop, só que atenuada de forma a permitir algumas liberdades cômicas.

Estas liberdades cômicas, diga-se de passagem, aparecem em grande número, e de certa forma puxam o filme para baixo, já que Stallone fica visivelmente deslocado em meio a elas e o bandido de Snipes tem um quê de malfeitor psicótico, que poderia muito bem ter saído direto da galeria de vilões idiotas de Batman. Há os trocadilhos infames da policial viciada na cultura do século XX, passando pela tiração de sarro com vários temas deste século e até mesmo uma piada iluminada com Arnold Schwarzenegger, que hoje tem muito mais graça que na época do lançamento do filme. Sandra Bullock e Benjamin Bratt, como um inocente oficial da lei que trabalha com a beldade, dão aqui uma amostra do que um dia viríamos a presenciar em Miss Simpatia, de 2000.

Como filme de ação, O Demolidor fica devendo um pouco, já que muito do clima do filme se apóia no antagonismo declarado entre Spartan e Phoenix, e as seqüências cômicas tomam grande parte do roteiro. Passável, pode ser encarado sem muito medo como sessão da tarde. Acompanham o filme no DVD o trailer original e biografias do elenco e do diretor.

Texto postado por Kollision em 4/Janeiro/2005