Cinema

Cry Wolf - O Jogo da Mentira

Cry Wolf - O Jogo da Mentira
Título original: Cry Wolf
Ano: 2005
País: Estados Unidos
Duração: 90 min.
Gênero: Suspense
Diretor: Jeff Wadlow (Quebrando Regras, Kick-Ass 2, A História Real de um Assassino Falso)
Trilha Sonora: Michael Wandmacher (Rastros de um Crime, Quebrando Regras, Dia dos Namorados Macabro [2009])
Elenco: Julian Morris, Lindy Booth, Jon Bon Jovi, Jared Padalecki, Jesse Janzen, Paul James, Sandra McCoy, Ethan Cohn, Kristy Wu, Anna Deavere Smith, Gary Cole, Erica Yates, Jane Beard
Avaliação: 4

Não há nada do que é exibido ao longo de Cry Wolf que seja novidade, principalmente para quem acompanhou a revolução provocada pelos slashers adolescentes da década de 90, cujo boom ocorreu de vez com o sucesso de Pânico (Wes Craven, 1996). De lá para cá o estilo parece ter se solidificado e se prendido numa mesma estética, repetida à exaustão dentro do cinema americano, principalmente. O que no início tinha ar de refrescante e diversão rasteira visivelmente atingiu um platô de produção que, não é de hoje, clama por uma mudança urgente de ares neste sub-gênero. Não é em Cry Wolf que isso ocorre e, se você já está enjoado do estilo, nem pense em passar perto de mais esse filme.

Recém-chegado a uma nova faculdade americana, o inglês Owen (Julian Morris) tenta se inserir na turma liderada pela esperta Dodger (Lindy Booth). O fato de ter sido expulso de todas as escolas por onde passou não evita que ele se aventure no jogo esquisito de seus novos amigos, o qual dá nome ao filme e leva-o a escrever um e-mail falso que cria um serial killer fictício a partir do assassinato recente de uma das alunas do colégio. A proximidade das festividades de Halloween acaba sendo o cenário perfeito para a aparição de alguém vestido como o assassino de seu e-mail, que no entanto começa a emular seu texto, espalhando o terror pelo campus e ameaçando todos os seus amigos. O único que sabe da verdade acerca da farsa elaborada por Owen é um de seus professores (Jon Bon Jovi), que não está muito disposto a pegar leve quando as coisas esquentam para o lado do adolescente.

Além de ter uma atmosfera muito parecida com a de Lenda Urbana (Jamie Blanks, 1998), este filme recicla idéias de material mais antigo, como aquelas presentes no melhor e muito mais bacana A Noite das Brincadeiras Mortais (Fred Walton, 1986). Metade da graça se perde para quem já assistiu a esse último filme particularmente, e nem é tão difícil assim notar o que está por vir, graças ao roteiro convencional e um pouco equivocado em suas escolhas. Obviamente, a história tenta incluir um algo a mais que até ajuda a melhorar o resultado final, mas não consegue estabelecer diferença significativa dentro da curva média de produtos do gênero.

Tirando a presença de Jon Bon Jovi como o professor mala e extremamente suspeito e Jared Padalecki como uma das vítimas do assassino misterioso, o elenco é formado por completos desconhecidos. O que chama a atenção é a pouca idade da sua dupla de protagonistas adolescentes, que não parecem ter de fato mais do que 14 ou 15 anos. É evidente que a garota (Lindy Booth) rouba completamente as cenas em que aparece, apesar do nível de atuação ser o padrão encontrado em obras do tipo.

Por falhar em estabelecer um vínculo mais eficiente entre os personagens e a platéia, muito do que é sugerido, insinuado ou pretendido pela história fica a meio-caminho de seu intento. A originalidade é praticamente nula, num suspense enlatado conduzido no "piloto automático", como costumam dizer por aí.

Texto postado por Kollision em 29/Março/2006