Thriller enxuto e, na maior parte do tempo, eficiente. Assim é Copycat, longa que recebeu um subtítulo esdrúxulo em português e coloca Sigourney Weaver contra um serial killer à solta em San Francisco.
Weaver faz o papel da dra. Helen Hudson, psiquiatra renomada que está há meses trancafiada em casa em decorrência da agorafobia e da síndrome de pânico desenvolvidas após uma experiência traumática com um dos serial killers que analisava (Harry Connick Jr.). A boa doutora, porém, não se faz de rogada e insiste em fornecer algumas dicas por telefone à polícia da cidade, que se encontra completamente perdida na investigação de várias mortes que apontam para um novo assassino serial à solta. Não demora para que a detetive de homicídios M.J. Monahan (Holly Hunter) e seu parceiro Ruben (Dermot Mulroney) batam à sua porta à procura de uma colaboração mais efetiva. Só que a colaboração de Helen para desvendar os crimes do assassino que copia os "trabalhos" de serial killers famosos acaba tornando-se mais perigosa do que ela jamais imaginara.
O filme tem bom clima, é bem fotografado e tem um ponto central interessante. Mas ele não seria metade do que é se não fosse por Sigourney Weaver, que o carrega nas costas. O membro do elenco de chega mais perto de ser tão convincente é o crooner Harry Connick Jr., que se mostra surpreendente como um psicopata demente. Holly Hunter, coitadinha, além de baixinha e completamente sem sal, não tem a presença que uma personagem do seu porte exige, o que acaba deslocando a atenção da platéia para o parceiro Ruben. Infelizmente, nem o inocente Ruben pode mantê-la por muito tempo, como demonstra uma grande derrapada de uma história que tinha tudo para se tornar memorável, se não fosse por algumas subtramas supérfluas e seus eventuais desenlaces. Fora isso, há uma boa dose de violência e conseqüente tensão, além de uma referência bacana ao oscarizado O Silêncio dos Inocentes (Jonathan Demme, 1991).
Já ouvi muitas pessoas comparando Copycat a Seven - Os Sete Crimes Capitais (David Fincher, 1995). Em verdade, o filme de Fincher é mais bem costurado, o que o torna superior à obra de Jon Amiel, mas não a ponto de diminuí-la em sua eficiência como um suspense razoável. Como bônus, o compositor Christopher Young entrega simplesmente uma das melhores trilhas de suspense que já ouvi na vida, melancólica e ao mesmo tempo atmosférica, densa e opressiva. Muito da ambientação conseguida pelo diretor Jon Amiel em Copycat se deve à música.
A seção de extras do DVD contém o trailer, biografias curtas do diretor e do elenco e algumas notas de produção, além de uma faixa de comentários de Jon Amiel.
Texto postado por Kollision em 14/Julho/2005