Visto via Amazon Prime Video em 11-OUT-2022, Terça-feira
Apesar de nunca ter atingido todo o potencial sinalizado quando iniciou sua carreira no cinema, o diretor Joe Carnahan sempre foi capaz de entregar filmes capazes de entreter no sentido narrativo mais puro. Por vezes sua abordagem lembra o estilo explosivo de Quentin Tarantino, como é o caso de Fogo Cruzado, um suspense policial que se passa quase todo dentro de uma delegacia para onde são levados um larápio em fuga (Frank Grillo) e um assassino profissional que deseja eliminá-lo a mando da máfia local (Gerard Butler). Em meio a um bando de policiais barrigudos, cansados ou corruptos, a única mente pensante do lado da lei é uma oficial novata (Alexis Louder) que é literalmente jogada na frigideira de um conflito muito maior que ela própria enquanto os dois marginais batem boca em celas separadas. A primeira metade do filme chega a cansar com tanta conversa e uma necessidade quase doentia do roteiro em explicar o que está prestes a acontecer sem expor muita coisa. Assim que um novo personagem chega ao local o cenário muda completamente e a violência toma conta da tela, com direito a muita virtuose cênica e tiroteios em câmera lenta. A história aproveita bem a natureza dúbia dos prisioneiros e abusa das liberdades narrativas relativas às atividades da rotina policial, com armas sendo usadas levianamente do início ao fim. O jeito é desligar o cérebro e curtir a ação, muito bem valorizada por um trio de protagonistas em excelente forma.