Cinema
Cocoon
Ano: 1985
País: Estados Unidos
Duração: 117 min.
Gênero: Ficção Científica
Diretor: Ron Howard (Fábrica de Loucuras, Willow - Na Terra da Magia, Ed TV)
Trilha Sonora: James Horner (Voluntários da Fuzarca, Viagem Clandestina, Comando para Matar)
Elenco: Don Ameche, Wilford Brimley, Hume Cronyn, Brian Dennehy, Jack Gilford, Steve Guttenberg, Maureen Stapleton, Jessica Tandy, Gwen Verdon, Herta Ware, Tahnee Welch, Barret Oliver, Linda Harrison, Tyrone Power Jr., Clint Howard, Charles Lampkin, Mike Nomad
Distribuidora do DVD: Fox
Avaliação:
Para o público em geral, o gênero da ficção científica consiste basicamente em filmes que exploram dois ou três temas principais. Batalhas e cenários intergalácticos (com muitos raios e explosões), monstros gigantes alterados geneticamente ou mesmo a invasão do nosso planeta por alienígenas. Desviar destes temas principais é distanciar-se daquilo que define a essência do gênero, geralmente tendendo para a ação exacerbada ou até para a comédia. Talvez por isso mesmo soe estranho dizer que Cocoon, sendo um filme de ficção científica, é ao mesmo tempo um olhar cativante sobre a terceira idade e a segunda chance que muitas vezes não chega numa vida inteira. É quase como um E.T. - O Extra-terrestre, só que com um grupo de velhinhos no lugar do moleque Elliott.
A história começa com três amigos idosos que moram num asilo da Flórida (Don Ameche, Wilford Brimley e Hume Cronyn, excelentes). Uma de suas diversões prediletas é pular a cerca da propriedade vizinha e se esbaldar na piscina da mansão alheia. Um dia, porém, eles se deparam com gigantescas pedras depositadas no fundo da piscina, trazidas pela equipe de Walter (Brian Dennehy), que acabou de alugar a mansão e o barco de Jack (Steve Guttenberg) para suas explorações em alto-mar. Sentindo-se revigorados como nunca ao banharem-se nas águas da piscina, logo os três descobrirão um segredo estarrecedor envolvendo o novo vizinho e sua equipe de exploradores.
Ganhador do Oscar de efeitos especiais e de melhor ator coadjuvante para Don Ameche, Cocoon é, entre outras coisas, uma fábula (às vezes ingênua, mas ainda assim bela) sobre a amizade sem fronteiras. Quando os alienígenas se revelam, fica claro que suas intenções são declaradamente amistosas. No entanto, a figura ambígua de Brian Dennehy, sempre habituado a personificar caras durões em outros gêneros de filme, mantém uma sensação sempre presente de que algo pode não estar de todo certo. O sumido Steve Guttenberg, figurinha fácil em filmes-pipoca da década de 80, chega até mesmo a ensaiar um romance com uma das visitantes espaciais (Tahnee Welch). Mas o show fica de fato a cargo do elenco idoso, uma espécie de feliz reunião de alguns dos atores mais versáteis de Hollywood em seus fins de carreira. Hume Cronyn e Jessica Tandy, por exemplo, também casados na vida real, estão ótimos como o casal que ainda não se bica devido às escapulidas do marido infiel. É importante notar que, com exceção do resto da equipe do enigmático Walter e da filha de um dos idosos protagonistas, todos os personagens são plenamente desenvolvidos e caracterizados.
Outro ponto alto de Cocoon é a bela trilha sonora de James Horner, que chega até a lembrar os melhores momentos de John Williams, mas dá uma cara única à saga dos velhinhos. Os efeitos especiais estão visivelmente datados para os padrões atuais, mas não comprometem o resultado. Devido ao imenso sucesso que o filme alcançou na época de seu lançamento, quase toda a equipe do primeiro filme viria a se reunir três anos mais tarde para fazer a seqüência Cocoon - o Regresso.
Infelizmente, o trailer de cinema é o único extra presente no DVD da Fox.
Texto postado por Kollision em 17/Dezembro/2004