Visto no cinema em 18-DEZ-2013, Quarta-feira, sala Cinemark 4 do Shopping Goiabeiras
Readaptar o livro hoje clássico de Stephen King para o cinema de hoje em dia até que demorou um bocado. No caso deste Carrie - A Estranha, a inevitável tarefa de superar ou pelo menos igualar a primeira versão, considerada um clássico do horror de todos os tempos, pode ser sumariamente considerada infeliz. É verdade que há algumas melhorias (como o olhar mais cuidadoso sobre o relacionamento entre quatro paredes entre mãe e filha), mas o conjunto simplesmente não consegue imprimir a mesma carga dramática obtida por Brian De Palma em 1976. Na versão da diretora Kimberly Peirce, a adolescente Carrie (Chloë Moretz) continua a ser marginalizada pelos colegas de escola e brutalizada pela mãe (Julianne Moore), cujo fervor religioso somente piora a relação da garota com o mundo exterior. Ao mesmo tempo em que uma de suas companheiras de escola (Gabriella Wilde) começa a tentar uma aproximação, Carrie passa a demonstrar poderes telecinéticos. O desejo dela de fazer parte do grupo e a rusga crescente com outra garota (Portia Doubleday) culminam numa explosão de fúria durante a festa de formatura. Excesso de efeitos especiais, abuso de exposição das capacidades excepcionais da protagonista (parece que Charles Xavier vai aparecer a qualquer momento para recrutá-la) e a falta de ousadia no tratamento dado à loucura religiosa da mãe são os principais elementos que não deixam o filme atingir seu potencial e o colocam ainda mais sob a sombra da versão original, num desperdício claro do bom elenco reunido para a refilmagem.