Visto no cinema em 13-DEZ-2010, Segunda-feira, sala Cinemais 1 do Shopping Três Américas
A maior verdade sobre Enterrado Vivo é que trata-se de um trabalho extremamente ambicioso em sua simplicidade. O filme começa na escuridão, com um homem (Ryan Reynolds) acordando dentro de um caixão de madeira intransponível. A primeira constatação é que ele está, portanto, enterrado. As demais vêm à medida em que ele descobre os vários itens que estão ao seu alcance, entre eles um isqueiro, um cantil com bebida e um aparelho celular. As ligações que o cara faz em meio ao desespero revelam os motivos de ele ter parado nessa sinuca de bico, e o conduzem a uma tênue esperança de salvação. Minimalista ao extremo, a história não cede em nenhum momento à tentação de abandonar a escuridão, rendendo um bom suspense às custas de uma certa vista grossa quando às tecnicalidades de não se consumir todo o oxigênio do recinto, seja acendendo uma chama durante a maior parte do tempo ou falando sem parar ao telefone. Há também um paralelo narrativo que oferece uma janela expositiva e crítica sobre o conflito da ocupação norteamericana no Iraque, que até provoca questionamentos mas não pode avançar muito devido às limitações cênicas. Enterrado Vivo é interessante como experiência cinematográfica, sendo mais indicado aos que apreciam suspenses que carregam um enfoque diferenciado.