Visto no cinema em 25-FEV-2011, Sexta-feira, sala 8 do Multiplex Pantanal
Sinceramente, o que se pode esperar da cinebiografia da mais famosa prostituta brasileira de todos os tempos? Sacanagem, óbvio, pois é disso que o povo gosta, e é isso que o povo quer. Infelizmente, a nova era não mais se apoia na pornochanchada escancarada dos tempos de outrora. Autora de blog e mais tarde escritora "de sucesso" de uma autobiografia, a tal Bruna ganhou os holofotes da mídia há um tempo atrás. O filme foca o período que vai de sua adolescência numa família de classe média alta até a fase final de sua experiência no ramo, passando por altos e baixos relacionados a problemas com drogas. Em nenhum momento isso deveria ser exemplo de vida, e mais uma vez o aspecto mais preocupante nesse trabalho é a ideia de que existe glamour no mundo da prostituição. Dito isso, Bruna Surfistinha, o filme, não faz esforço para ir além de uma estrutura linear e sem surpresas, abusando um pouco do formato episódico da mídia original. A introdução peca por não caracterizar a protagonista de forma mais incisiva, o que deixa Deborah Secco perdida na primeira metade do filme. Na segunda metade ela parece se sentir (e se mostra, se é que vocês me entendem) bem mais à vontade, mas é uma pena que a superficialidade predomine - como no trecho em que ela milagrosamente se "livra" do vício das drogas. Visualmente Deborah Secco não convence na parte em que é uma mocinha de 18 anos (faltou um trabalho de maquiagem), mas a produção pelo menos é caprichada e o senso estético do diretor denota bom gosto nas cenas de nudez.