Visto no cinema em 13-SET-2009, Domingo, sala 1 do Multiplex Pantanal
Quando o fator "choque" se eleva acima de qualquer outra característica que faz um filme valer a pena é preciso ter muito cuidado, seja nas expectativas sobre o mesmo ou na seleção de quem pode ou não assisti-lo. Até pouco tempo atrás, Sacha Baron Cohen era sinônimo de Borat, que foi, para todos os efeitos, um ótimo filme que podia ser visto por qualquer plateia sem restrições (convenhamos, a cena da nudez no hotel não tinha nada demais). Atacando novamente com Brüno, é possível constatar várias coisas do trabalho de Cohen: (1) o seu método de fazer humor continua o mesmo, ou seja, encadear segmentos onde seu personagem faz comédia apoiando-se na reação de gente pega de surpresa; (2) Brüno, o personagem, não é tão engraçado quanto Borat, o que se estende também ao filme; e (3) o grau de aceitação das passagens mais desinibidas de Brüno é bem menor que no caso de Borat. Apesar de bastante engraçado em uma ou duas cenas isoladas (a mais explícita delas é absolutamente gratuita), acredito que o filme pode ser bastante ofensivo para a comunidade gay, o que torna a investida de Baron Cohen ainda mais extraordinária em sua ousadia e nos faz imaginar onde as coisas vão parar depois disso.