Visto no cinema em 9-SET-2012, Domingo, sala 7 do Multiplex Pantanal
Convenhamos, qual é o propósito de dar sequência a uma trilogia de espionagem e ação tão eficiente? Sob todos os pontos de vista, passar o bastão para um novo personagem só pode significar ganância dos estúdios, ainda mais quando o que está em cena não chega a fazer cócegas em matéria de eficiência quando comparado com o material original. A grande ironia é que o diretor de O Legado Bourne é o roteirista responsável por toda a trilogia centrada no amnésico Jason Bourne, muito elogiado por sua estréia na direção em Conduta de Risco. Em outras palavras, Tony Gilroy é o pai da criança mas agiu como um verdadeiro padastro ao ser promovido à cadeira de diretor da franquia. Graças a Jason Bourne o programa Treadstone foi para o espaço, só que as agências secretas ainda mantêm operativos em treinamento ao redor do mundo. Aaron Cross (Jeremy Renner) é um dos agentes secretos do projeto Outcome, marcado para morrer com os colegas quando os próprios figurões do alto escalão começam a fazer merda. Contra todos os prognósticos ele escapa, unindo-se a uma médica (Rachel Weisz) numa tentativa desesperada de sobrevivência. Sempre um passo atrás deles está a equipe do novo chefão que dispara ordens a torto e a direito mas termina com cara de trouxa (Edward Norton). O Legado Bourne é tenso, mas não há mistério suficiente que faça a trama valer a pena. Jeremy Renner carrega o longa nas costas, enquanto as aparições relâmpago de personagens relevantes da trilogia original não passam de muleta para manter o interesse numa eventual sequência. Que é onde deve estar todo o cérebro que faltou a este filme, só pode.