Cinema

Sangue para Drácula

Sangue para Drácula
Título original: Blood for Dracula
Ano: 1974
País: Estados Unidos, França, Itália
Duração: 103 min.
Gênero: Terror
Diretor: Paul Morrissey (A Revolta das Mulheres, Heat [1972], Carne para Frankenstein)
Trilha Sonora: Claudio Gizzi (Que?)
Elenco: Udo Kier, Joe Dallesandro, Vittorio De Sica, Maxime McKendry, Arno Jürging, Milena Vukotic, Dominique Darel, Stefania Casini, Silvia Dionisio, Inna Alexeievna, Gil Cagne, Emi Califri, Eleonora Zani, Giorgio Dolfin, Roman Polanski
Distribuidora do DVD: Vinyx Multimídia
Avaliação: 9/10

Visto em DVD em 16-JUN-2019, Domingo

Na interpretação do diretor Paul Morrissey e de seu chapa Andy Warhol, Drácula (Udo Kier) é um vampiro decadente, que para continuar vivendo precisa desesperadamente do sangue de moças virgens. Como a Romênia já não é capaz de satisfazer as necessidades do conde, ele é convencido por seu lacaio humano (Arno Jürging) a viajar para a Itália com o pretexto de encontrar uma noiva para se casar e, assim, prolongar sua longa e torturante existência. A viagem pára no castelo de uma família aristocrata com quatro irmãs que seriam as pretendentes ideais para o vampiro, mas nem tudo é o que parece ser nessa família aparentemente normal. Apesar do que indica todo o material de divulgação, Sangue para Drácula não é apenas um horror europeu clássico marcado por sangue, violência e muita nudez. Udo Kier está absolutamente fantástico na pele de um vampiro fragilizado e digno de pena, mas há que se mencionar também o pano de fundo de ferina crítica social na maior parte das vezes suscitada pelo personagem do empregado de visão socialista (Joe Dalessandro) que tem mais domínio sobre as moças da família do que seus próprios pais. O filme chega até mesmo a traçar um paralelo entre a ficção e a vida real, como observado no modo como o patriarca italiano, interpretado pelo renomado diretor Vittorio de Sica, aparece retratado como um jogador/apostador inveterado que provoca a ruína da própria família. É por essas e outras particularidades, como a melancólica e marcante trilha sonora, que Sangue para Drácula se transformou com o passar dos anos num grande pequeno filme obrigatório para todos os fãs do horror marginal produzido na década de 70.

O longa vem em disco próprio no segundo volume da Dark Side Horror Collection, que traz também Carne para Frankenstein (ambos os trabalhos foram feitos praticamente ao mesmo tempo com a mesma equipe). O único extra disponível é o trailer de cinema do filme.