Cinema

A Mansão do Morcego

A Mansão do Morcego
Título original: The Bat
Ano: 1959
País: Estados Unidos
Duração: 80 min.
Gênero: Suspense
Diretor: Crane Wilbur
Trilha Sonora: Louis Forbes
Elenco: Agnes Moorehead, Vincent Price, Gavin Gordon, John Sutton, Lenita Lane, Elaine Edwards, Darla Hood, John Bryant, Harvey Stephens, Robert Williams, Mike Steele, Riza Royce
Distribuidora do DVD: London Films
Avaliação: 2

Esta é a terceira versão cinematográfica de uma peça escrita para o teatro, sendo as duas primeiras realizadas por um mesmo diretor durante a transição entre o cinema mudo e o falado, na década de 30. Trata-se da clássica estrutura de mistério envolvendo a identidade de um assassino. Não é surpresa alguma que o grande atrativo desta versão seja a presença sempre magnética de Vincent Price, atuando como um dos suspeitos dos crimes cometidos. O grande problema é que nem ele consegue tirar A Mansão do Morcego do tedioso lugar-comum em que a obra se insere.

O assassino em questão é o temido Morcego (the Bat), um homem sem rosto que mata suas vítimas com as afiadas garras que leva numa das mãos, e cujos principais alvos são mulheres. Seu mais novo palco de atuação é a amaldiçoada mansão alugada por uma escritora de mistério (Agnes Moorehead) e sua assistente. Vários indícios levam a crer que no lugar esconde-se uma soma incalculável de dinheiro, escondida por um banqueiro salafrário antes de sua morte. Enquanto o Morcego executa sua trilha de morte e sangue, um obstinado policial (Gavin Gordon) empreende uma investigação que tem como principal suspeito o dr. Malcolm Wells (Vincent Price), que tem de fato motivos de sobra para estar por trás dos ardis do assassino sem rosto.

Talvez muita gente não perceba, mas logo no início do filme aparece uma associação da produção aos estúdios Disney. Querendo ou não, isso é motivo razoável para compreender porque uma história teoricamente carregada de suspense e sangue foi reduzida a uma enrolação sem emoção e com mais furos que um queijo suíço. Dirigido com apatia lastimável, o filme não decola em nenhum momento, nem mesmo quando o temido Morcego está em plena execução de suas atividades assassinas. Tudo é muito sugerido e filmado com visível desleixo, suas aparições são quase sempre patéticas e injustificadas, e os personagens em geral são quase todos desprovidos de qualquer carisma. As mulheres da história falam demais, declamando um roteiro extremamente verborrágico que incorpora o que há de pior em qualquer adaptação oriunda do meio teatral.

Embora a identidade do assassino seja mantida em segredo até o final, variando entre apenas três suspeitos, não há muito de interessante ou capaz de entreter durante os 80 minutos de duração do filme. Vincent Price, como o maior de todos os suspeitos, tem a menor participação cênica mas traz ao menos um mínimo de dignidade à película quando finalmente aparece. Uma curiosidade a respeito da história de A Mansão do Morcego é que, nos idos dos anos 30, ela serviu de inspiração para um certo Bob Kane criar o personagem de HQs Batman, publicado hoje pela DC Comics.

Na seção de extras do DVD é possível conferir o trailer original do filme e biografias curtas de Vincent Price e Agnes Moorehead.

Texto postado por Kollision em 3/Setembro/2005